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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Padrasto é acusado de matar criança

Acusado de matar a enteada de dois anos e suspeito de estuprá-la, um agente de tráfego, de 19 anos, foi preso por policiais do 9º BPM (Rocha Miranda). De acordo com a polícia, o crime ocorreu por volta das 18h desta segunda-feira numa residência na Rua Aurélio Valporto, em Marechal Hermes, na Zona Norte. A mãe da vítima, também de 19 anos, saiu de casa para ir a uma agência bancária e deixou a criança e a irmã gêmea sob os cuidados do companheiro, com quem mantinha um relacionamento há um ano. Ao retornar para a residência, ela foi informada por vizinhos de que uma das meninas havia sofrido um acidente doméstico e fora levada pelo padrasto para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Marechal Hermes, onde deu entrada sem vida. No local, o acusado alegou que uma geladeira havia caído em cima da criança.
Após realizarem exames no corpo da vítima, os médicos da unidade constataram que a menina apresentava ferimentos no pescoço — o que pode indicar uma tentativa de asfixia —, cortes no rosto, além de lesões nos órgãos genitais. Policiais do 9º BPM foram acionados por funcionários da UPA, que suspeitaram do crime. O acusado foi detido e encaminhado para a 28ª DP (Campinho). Na delegacia, ainda segundo a polícia, ele apresentou diferentes versões para a morte da criança. Após dizer que uma geladeira havia caído sobre a enteada, o agente de tráfego mudou seu depoimento afirmando que havia sido um sofá e, em seguida, um ventilador.
Acionados para o local do crime, agentes do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) refutaram as justificativas apresentadas pelo acusado, que foi preso em flagrante por homicídio qualificado. — Há indícios suficientes de que ele matou a criança. Nenhuma das versões apresentadas pelo acusado foi verificada pela perícia técnica. Agora, as investigações vão prosseguir para constatar se houve, também, crime sexual. Apesar dos médicos que a socorreram terem observado lesões nesse sentido, vamos aguardar o resultado do laudo cadavérico para indiciá-lo, ou não, por estupro de vulnerável — explicou o delegado Alessandro Petralanda.
Ainda de acordo com o delegado, a irmã gêmea da menina — que apresentava pequenos ferimentos no braço — será submetida a um exame de corpo de delito para verificar se ela também sofreu algum tipo de violência.
Indiciado flagrante por homicídio doloso, o jovem pode pegar 20 anos de prisão. Caso seja comprovado que houve violência sexual, a pena pode aumentar para 30 anos em regime fechado. O laudo cadavérico deve ficar pronto em 30 dias.
Mãe e vizinho surpresos com o crime
Em depoimento, a mãe das crianças afirmou que nunca teve qualquer desconfiança do companheiro com as filhas e o defendeu. — Ela ainda está em estado de choque e, pela minha experiência como policial, vai demorar a acreditar nas evidências—, explicou Petralanda.
Vizinho da vítima, o subtenente do Corpo de Bombeiros Sérgio Ricardo Ribeiro — que ajudou o acusado a socorrê-la — também mostrou-se surpreso com o crime e disse nunca ter notado nada de diferente no relacionamento entre o jovem e as enteadas, que costumavam, inclusive, a brincar no quintal de casa com frequência.
— Quando ele me abordou muito nervoso com a menina nos braços acreditei que havia sido um acidente. Observei apenas um sangramento no nariz da criança e sua dificuldade em respirar. Pedi para que ele não parasse de massagear o coração dela — recordou o militar.

O Globo

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