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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Mercado reage mal ao balanço da Petrobras e ações despencam

BovespaO mercado reagiu mal nesta quinta-feira à divulgação do balanço auditado da Petrobras, que mostrou que a empresa teve um prejuízo líquido de 21,6 bilhões de reais no ano de 2014, sendo que 6,2 bilhões correspondiam a perdas com corrupção. As ações da estatal abriram com uma queda significativa na Bovespa. Por volta das 10h45, as ações preferenciais (PN, sem voto) registravam baixa de 6,78%, e as ordinárias (ON, com direito a voto), recuavam 3,76%. Puxada pelos papeis da estatal, a bolsa abriu em desvalorização, mas se recuperou e operava em alta de 0,12% pouco antes das 11h, aos 54.682 pontos.
O documento, apresentado com cinco meses de atraso na noite desta quarta-feira, era aguardado com apreensão pelo mercado. E, a julgar pela desvalorização dos papeis nesta manhã, pode-se dizer que os investidores não receberam bem as informações de que a Petrobras teve perdas de 50,8 bilhões de reais no ano passado, devido aos desdobramentos da Operação Lava Jato. Desse montante, a maioria se refere à reavaliação no valor dos ativos (impairment), calculada em 44,34 bilhões de reais. E outra parte, de 6,2 bilhões de reais, diz respeito, especificamente, a perdas com corrupção.
O prejuízo de 21,6 bilhões de reais em 2014 é o primeiro resultado negativo desde 1991, quando a estatal reportou perdas de 92.000 reais, em dados ajustados pela consultoria Economática. Em 2013, a companhia havia obtido um lucro de 23,6 bilhões de reais.
Durante a apresentação dos resultados, o presidente da companhia, Aldemir Bendine, reforçou que a Petrobras não pagará dividendos referentes ao resultado do exercício fiscal de 2014. A informação desagradou investidores e contribui para a queda dos papéis vista nesta manhã. Bendine disse ainda que o balanço da companhia do primeiro trimestre de 2015 deverá ser divulgado em meados de maio.
Perdas - No caso da corrupção, o número ficou dentro das estimativas do mercado. "A maioria dos analistas falava em perdas torno de 5 bilhões de reais. A metodologia, que era a maior preocupação, não apresentou nada de novo", avaliou Daniel Marques Pereira, analista da Gradual Investimentos. A Petrobras explicou que listou os 31 contratos firmados por 27 empresas citadas nas investigações da Operação Lava Jato, entre 2004 e 2012, e aplicou o porcentual de 3% de propina sobre todos os pagamentos feitos.
Já o prejuízo com a reavaliação no valor ativos, devido a problemas de gestão e a variáveis de mercado - como câmbio, queda do preço do petróleo e demanda por combustíveis - destoou ante o esperado, que ficava em torno de 20 bilhões de reais. Segundo Pereira, o valor elevado pode ser explicado pelo fato de o impairment ter sido calculado de uma só vez. "A maior parte dessas perdas são relacionadas às refinarias de Abreu e Lima, em Pernambuco e do Comperj, no Rio de Janeiro. Ouvimos críticas sobre o valor orçado para esses empreendimentos há anos, e a Petrobras nunca tinha se movimento para fazer o cálculo delas", disse. No caso do Comperj, a perda foi estimada em 21,8 bilhões de reais, e de Abreu e Lima, 9,1 bilhões de reais.


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