SCM Music Player

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Dólar sobe e Bolsa cai após reeleição de Dilma

Brasília (ABr) - O dia seguinte ao segundo turno das eleições presidenciais foi marcado por turbulência no mercado financeiro. O dólar comercial subiu 2,68% e fechou a segunda-feira (27) vendido a R$ 2,523. A alta, de mais de R$ 0,06 no dia, fez a cotação atingir o mais alto nível desde maio de 2005. No mercado de ações, o dia foi de perdas, puxadas pelas ações da Petrobras, que caíram quase 12%.

No caso do dólar, o momento de maior tensão ocorreu por volta das 9h30, quando a divisa chegou a disparar mais de 4% e atingir R$ 2,56. Depois de muita oscilação nas horas seguintes, a cotação desacelerou a partir das 15h, diminuindo o ritmo de alta. O dólar acumula valorização de 3,06% no mês e de 7,02% no ano. Além das tensões associadas à corrida eleitoral, fatores externos têm pressionado o câmbio nas últimas semanas. Em setembro, o Banco Central dos EUA reduziu os estímulos à economia do país. A decisão fez com que o dólar iniciasse uma escalada.

Bolsa
O dia também foi de perdas no mercado de ações. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou a segunda-feira em baixa de 2,77%, mas chegou a cair mais de 6% durante a sessão. A queda foi puxada pelas ações da Petrobras, que caíram 11,53%. Com o desempenho, o índice acumula queda de 2,37%  em 2014. A nova metodologia do Ibovespa, implantada a partir de maio, impediu que o índice tivesse perdas ainda maiores. Isso porque na composição anterior ativos como Eletrobras e Petrobras tinham peso maior que na atual.

Como os papéis de estatais, que formam o que o mercado batizou de “kit eleições”, tiveram as perdas mais acentuadas do Ibovespa ontem, o fato de terem uma exposição menor no indicador evitou que o índice baixasse mais. “Como se tratava de um índice de negociabilidade, que era muito influenciado pela liquidez, em função dos eventos que ocorreram nesse ano, o peso de muitos ativos que oscilaram fortemente teria aumentado, impactando de forma mais significativa no índice”, diz Elíseo Viciana, vice-presidente da espanhola Mapfre Investimentos.

As ações preferenciais da Petrobras têm hoje participação de 7,203% ante 8,119% na carteira teórica válida entre janeiro e abril deste ano. Já as ordinárias, elevaram de 3,96% para 4,654% No caso dos papéis preferenciais da Eletrobras, o peso passou de 0,4% para 0,22%. Os ordinários de 0,297% para 0,149%.

Para se ter ideia do peso que esses papéis exerciam sobre o índice, em janeiro de 2003 Petrobras PN respondia por 18,38% do Ibovespa e Petrobras ON detinha 7,8%. No caso da Eletrobras, as fatias eram de 1,38% e 2%, respectivamente.

Nas novas regras do Ibovespa, a forma de ponderação dos ativos mudou e passou a ser pelo valor de mercado dos papéis da empresa em circulação. Além disso, foi inserido um limite de participação por empresa de até 20%, impedindo que uma única companhia, como a Petrobras no passado, tivesse peso tão relevante.


Número
7,02% é a valorização do dólar este ano. Só em setembro, a cotação subiu 3,06%.



Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria.