O ex-motorista de ônibus Ariel Castro foi condenado nesta quinta-feira à
prisão perpétua e mais mil anos de prisão por sequestrar três mulheres por mais
de dez anos e mantê-las em cativeiro no porão de uma casa em Cleveland, nos
Estados Unidos.
O sequestrador foi preso em 6 de maio, após a polícia libertar Amanda Berry,
27, Georgina DeJesus, 23, e Michelle Knight, 32, que foram capturadas entre 2002
e 2004. Ele foi considerado culpado por 937 acusações, dentre elas sequestro,
estupro, agressão e homicídio qualificado por ter provocado um aborto.
Antes da divulgação da sentença, Castro, que se declarou culpado para fugir
da pena de morte, disse que não é uma pessoa violenta e que suas vítimas pediram
por sexo. "Eu não sou um monstro. Eu estou doente. Acho que também sou uma
vítima", afirmou.
Ele ainda relatou ser um viciado em sexo, que sofreu abusos sexuais quando
era jovem e era dependente de pornografia.
Durante a leitura da sentença, o juiz Michael Russo disse que a sentença foi
"proporcional ao dano que você fez". "Uma pessoa só pode morrer na prisão uma
vez", explicou o magistrado, sobre sua decisão de incluir mais mil anos à pena
de prisão perpétua.
A única das vítimas que esteve no tribunal foi Michelle Knight, a que ficou
mais tempo em cativeiro, desde 2002. Em depoimento, ela disse que, enquanto a
vida dela estava apenas começando, a de seu algoz havia terminado.
"Você me roubou 11 anos da minha vida, e agora eu consegui recuperá-los.
Passei 11 anos no inferno. Agora seu inferno está só começando. Eu vou superar
tudo o que aconteceu, mas você vai passar por esse inferno eternamente".
COMOÇÃO
A revelação da situação vivida pelas três jovens sequestradas entre 2002 e
2004 chocou os Estados Unidos. Segundo a polícia, as três moravam em um porão e
frequentemente eram acorrentadas, estupradas e agredidas.
Knight disse que ficou grávida quatro vezes e que, em todas elas, foi
obrigada a abortar. Já Amanda Berry teve uma filha com Castro, que também foi
encontrada pela polícia na saída do cativeiro e hoje tem seis anos.
Um relatório da polícia revelou detalhes como o parto de Berry em uma piscina
inflável no dia 25 de dezembro de 2006, ajudada por Knight, que, ameaçada de
morte por Castro, salvou a recém-nascida realizando respiração boca a boca.
As mulheres disseram que permaneceram acorrentadas no porão durante seus
primeiros anos de cativeiro, mas que depois receberam permissão para viver no
segundo andar da casa, sem correntes, mas reclusas.
As três foram libertadas após Berry tentar sair da casa e falar com um
vizinho, em 6 de maio. Em seguida, ela ligou para a polícia e libertou sua filha
e as duas outras sequestradas. Minutos depois, Castro foi preso.
Folha.
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